Rio de Janeiro 22/01/06
Notícia corrente no país. A tarde de ontem teria sido a mais quente dos últimos anos. Não concordo e para tanto apresento meus motivos - em primeiro lugar porque não a enfrentei. Depois, por ter enfrentado uma outra alguns dias atrás que jamais será batida (talvez daqui a 40 anos, aquecimento global e aquela coisa toda).
O dia mais quente da era cristã tive a oportunidade de passá-lo, todo , em Madureira. O termômetro perto da estação apontava 42 Celsius. Quarenta e dois de bafo de asfalto, com as vans, os trens e os camelos emparedados pela Serrinha. Fui ao estádio Conselheiro Galvão, um velho sonho. Neste período carioca vou conhecer todos os estádios suburbanos. Se nada mais der certo já terá valido a pena. O do Madureira é uma beleza. Hoje a noite vão reabrir o Maracanã. Amanhã estaremos lá, fazendo história. Ficar na torcida do Vasco. Não tem como torcer contra o Romário. Outra hora eu escrevo sobre o fim da geral. O fim do homem do povo.
Não enfrentei a tal tarde quente pelo velho motivo. Ando tomando os maiores porres. Realmente grandes. Quando eu engato a beber, puxo no mínimo 2 dias seguidos. E não tenho mais ressaca. Fico doente, perto da morte. Espumando um vomito melado. Dores e umas contrações na barriga que às vezes me derrubam prostrado. Uma tosse estranha, muita dor de cabeça e confusão mental – e melancolia e desidratação. Este é o quadro. Não sei se eu agüento mais uns dois dias desses. As coisa precisavam acontecer de uma vez 9 trabalhar, estudar e jogar bola todo o dia – o que mais eu poderia querer?) Talvez uma geladeira e um toca-discos. Faz anos que eu não tenho um.
Porres são porres. Obedecem a certo ritmo. E alguns rituais. Estou na fase da indiferença. Beber sem ligar para mais nada, nem para o entorno, nem para os personagens. O role do pessimista festivo, que acha tudo uma merda e manda se foder e fica depois cantando sozinho. No fundo, eu sei, eu sempre pago o preço. Tou pagando faz uns dez anos.
O Matias também ficou convalescente. Ele também bebe pesado e é um grande amigo. Ta me dando um abrigo nestes dias. Fiquei a deriva no sofá-cama. No outro sofá o cara gemendo de ressaca. Fazendo o zapping , com seu mau gosto alemão. Meio vivo meio morto, suando a cara enterrada no travesseiro – ouvi o dia passar na televisão; Alf, depois a Sandra Bullock, Luciano Huck, o campeonato italiano, Jornal da band, novela das sete. Vê se não é parecido com morrer isso? Fiquei sem voz, nenhuma voz. Engraçado. Quando a noite veio chegando comecei a lembrar das confusões todas. Puta, ontem ( ou foi anteontem?) eu arrumei várias confusões com porteiros, vizinhos, vendedores de bagulho e os bêbados. Não dá pra lembrar direito, mas teve altercação pra todo lado...
Que bom que a noite chegou. Arrastei o Matze e Sra para ver a peça de teatro do Fausto Fawcett. Noite linda de vento em Botafogo. Lua minguante. Um teatro bom pra caralho, como tudo o que o cara faz. Sexo e violência em Copacabana, nomes de mulher, os delírios com o futuro e as louras. As melhores louras da paróquia, como sempre.
E o Teatro também cheio de mulheres lindas. As verdadeiras beldades do Ri0o. Não são as mulatas cachorronas. São essas meninas de vestido florido, queimadasdo sol do meu pais, de cabelo diferente, com sandálias hipongas e que andam com s barbudinhos. Ou com as lesbiquinhas. Tão sempre ali nas cenas culturais “alternativas “ (bleargh). O grande Xico Sá já as chamou de “marias baixo-orçamento”. Um cara mais descuidado se apaixona na hora. Páreo duro com as louras do FF. Aquela Isabela Garcia tava lá. Baixinha, Ela tem uma cara boa, redonda. Eu quase fui cumprimentá-la, por algumas boas “homengens” nos bons tempos. Sorte que eu tava sem voz.
Ir ao teatro, a meia noite, me fez um puta bem. Melhorou mais, andar em Ipanema rindo com meu amigo. Melhorou muito mais no Irish Pub. Encarei um par de pints de Guinness. Me devolveu a essência, a dignidade – a minha melhor parte. Me fez me sentir do meu lado de novo. O Irish é ali na praça, onde era o jangadeiros. Tem uma vibração boa ali. Um cemitério índio de boa boemia.
Mamando uma stout e vendo o mundial de sk8 na tela. Tou pensando em ir assistir a final, daqui há pouco na lagoa. Depois um pouco do mar que quando quebra é nbonito e o Maracá. É por aí. Voltar para os eixos.
Lá pelas tantas veio uma louca sentar no meu lado. Meio preta, meio índia ( niquimba a gente chama em Curitiba). Ela passou a mão na minha bunda e veio me cantar em “esporranto” , que é a linguados gineteiros de gringo aqui do Rio. Eu tenho esta pinta de gringo. O americabno nos trópicos de desenho animado.
Tivemos uma boa conversa. Ela me explicou que é casada com um australiano. E tem o costume, ( um hobby como ela disse) córnea-lo o máximo possível. Ela me disse que dá, de pé, todo o dia no banheiro deste bar, além de outros pontos da zona sul. Ela diz que ama o marido, mas é este esporte que matem salvo o casamento. Achei interessante.
Ela ficou intimando e você sempre dá aquela cogitada, né?Logo desisti. Ia dar muita mão de obra, um trabalhão. E além disso, tem outras coisas. Tenho pensado muito em J. Fico aqui, sozinho na beira do caminho e pensando. Bons pensamentos , muito virtuosos. Sei que isso não é bom pra mim.É o mau passo, que me tira pra sempre da jogada. Sei de todo isso. O caso é que é inevitável. Como é mesmo que o professor Schiamberg chama estes casos?
Notícia corrente no país. A tarde de ontem teria sido a mais quente dos últimos anos. Não concordo e para tanto apresento meus motivos - em primeiro lugar porque não a enfrentei. Depois, por ter enfrentado uma outra alguns dias atrás que jamais será batida (talvez daqui a 40 anos, aquecimento global e aquela coisa toda).
O dia mais quente da era cristã tive a oportunidade de passá-lo, todo , em Madureira. O termômetro perto da estação apontava 42 Celsius. Quarenta e dois de bafo de asfalto, com as vans, os trens e os camelos emparedados pela Serrinha. Fui ao estádio Conselheiro Galvão, um velho sonho. Neste período carioca vou conhecer todos os estádios suburbanos. Se nada mais der certo já terá valido a pena. O do Madureira é uma beleza. Hoje a noite vão reabrir o Maracanã. Amanhã estaremos lá, fazendo história. Ficar na torcida do Vasco. Não tem como torcer contra o Romário. Outra hora eu escrevo sobre o fim da geral. O fim do homem do povo.
Não enfrentei a tal tarde quente pelo velho motivo. Ando tomando os maiores porres. Realmente grandes. Quando eu engato a beber, puxo no mínimo 2 dias seguidos. E não tenho mais ressaca. Fico doente, perto da morte. Espumando um vomito melado. Dores e umas contrações na barriga que às vezes me derrubam prostrado. Uma tosse estranha, muita dor de cabeça e confusão mental – e melancolia e desidratação. Este é o quadro. Não sei se eu agüento mais uns dois dias desses. As coisa precisavam acontecer de uma vez 9 trabalhar, estudar e jogar bola todo o dia – o que mais eu poderia querer?) Talvez uma geladeira e um toca-discos. Faz anos que eu não tenho um.
Porres são porres. Obedecem a certo ritmo. E alguns rituais. Estou na fase da indiferença. Beber sem ligar para mais nada, nem para o entorno, nem para os personagens. O role do pessimista festivo, que acha tudo uma merda e manda se foder e fica depois cantando sozinho. No fundo, eu sei, eu sempre pago o preço. Tou pagando faz uns dez anos.
O Matias também ficou convalescente. Ele também bebe pesado e é um grande amigo. Ta me dando um abrigo nestes dias. Fiquei a deriva no sofá-cama. No outro sofá o cara gemendo de ressaca. Fazendo o zapping , com seu mau gosto alemão. Meio vivo meio morto, suando a cara enterrada no travesseiro – ouvi o dia passar na televisão; Alf, depois a Sandra Bullock, Luciano Huck, o campeonato italiano, Jornal da band, novela das sete. Vê se não é parecido com morrer isso? Fiquei sem voz, nenhuma voz. Engraçado. Quando a noite veio chegando comecei a lembrar das confusões todas. Puta, ontem ( ou foi anteontem?) eu arrumei várias confusões com porteiros, vizinhos, vendedores de bagulho e os bêbados. Não dá pra lembrar direito, mas teve altercação pra todo lado...
Que bom que a noite chegou. Arrastei o Matze e Sra para ver a peça de teatro do Fausto Fawcett. Noite linda de vento em Botafogo. Lua minguante. Um teatro bom pra caralho, como tudo o que o cara faz. Sexo e violência em Copacabana, nomes de mulher, os delírios com o futuro e as louras. As melhores louras da paróquia, como sempre.
E o Teatro também cheio de mulheres lindas. As verdadeiras beldades do Ri0o. Não são as mulatas cachorronas. São essas meninas de vestido florido, queimadasdo sol do meu pais, de cabelo diferente, com sandálias hipongas e que andam com s barbudinhos. Ou com as lesbiquinhas. Tão sempre ali nas cenas culturais “alternativas “ (bleargh). O grande Xico Sá já as chamou de “marias baixo-orçamento”. Um cara mais descuidado se apaixona na hora. Páreo duro com as louras do FF. Aquela Isabela Garcia tava lá. Baixinha, Ela tem uma cara boa, redonda. Eu quase fui cumprimentá-la, por algumas boas “homengens” nos bons tempos. Sorte que eu tava sem voz.
Ir ao teatro, a meia noite, me fez um puta bem. Melhorou mais, andar em Ipanema rindo com meu amigo. Melhorou muito mais no Irish Pub. Encarei um par de pints de Guinness. Me devolveu a essência, a dignidade – a minha melhor parte. Me fez me sentir do meu lado de novo. O Irish é ali na praça, onde era o jangadeiros. Tem uma vibração boa ali. Um cemitério índio de boa boemia.
Mamando uma stout e vendo o mundial de sk8 na tela. Tou pensando em ir assistir a final, daqui há pouco na lagoa. Depois um pouco do mar que quando quebra é nbonito e o Maracá. É por aí. Voltar para os eixos.
Lá pelas tantas veio uma louca sentar no meu lado. Meio preta, meio índia ( niquimba a gente chama em Curitiba). Ela passou a mão na minha bunda e veio me cantar em “esporranto” , que é a linguados gineteiros de gringo aqui do Rio. Eu tenho esta pinta de gringo. O americabno nos trópicos de desenho animado.
Tivemos uma boa conversa. Ela me explicou que é casada com um australiano. E tem o costume, ( um hobby como ela disse) córnea-lo o máximo possível. Ela me disse que dá, de pé, todo o dia no banheiro deste bar, além de outros pontos da zona sul. Ela diz que ama o marido, mas é este esporte que matem salvo o casamento. Achei interessante.
Ela ficou intimando e você sempre dá aquela cogitada, né?Logo desisti. Ia dar muita mão de obra, um trabalhão. E além disso, tem outras coisas. Tenho pensado muito em J. Fico aqui, sozinho na beira do caminho e pensando. Bons pensamentos , muito virtuosos. Sei que isso não é bom pra mim.É o mau passo, que me tira pra sempre da jogada. Sei de todo isso. O caso é que é inevitável. Como é mesmo que o professor Schiamberg chama estes casos?
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