A frente fria vinda da Argentina provoca ventos de mais de
100 km por hora na Praia de Barra Velha
Eu cogito a possibilidade da minha morte, junto ao fogo de chão
No mesmo instante ela prepara o jantar para seu novo namorado canadense,
que vamos chamar de John
Os dois moram num colorido quarta e sala, num bairro boêmio
de uma pequena cidade perto do Pólo Norte
John ajuda a digestão da massa com vinho
enquanto eu percebo que o os melhores momentos da vida
são as horas felizes dos homens tristes
O que nosso John não sabe e nem sequer pressente,
com seus equipamentos de ultima geração,
o vinho meia-boca e o amor mal feito, depressa.
é que ela gosta mesmo é de ter as nádegas vergastadas
com rápidos golpes de maçaranduba, a madeira dura
que não quebra e não dá pra envergar
Sente a nostalgia do conhaque, do tapa na cara e
da dor sublime na bunda,
assim como um touro com saudade dos seus cortes
O bom John veste um cashmere azul claro,
camisa cinza e tem sempre um lenço no bolso da calça
sapatos de sola grossa, estilo irlandês
e meias de lã pretas com bordados azul escuro perto dos tornozelos
Vê-se, de longe, que se trata do tipo inteligente e bem sucedido
Ela se ocupa de morder seu polegar direito,
fino e de formato estranho
Sem curva na primeira articulação
E lembra das sessões de tortura e prazer em
hotéis baratos de cidades venéreas da América do Sul
Os ventos inclementes, ajudam a espalhar as chamas
Da grande fogueira desvairada, de madeira de lei, a beira do Atlântico
Toda esta madeira não me serve mais, é o que penso
Enquanto eu e o fogo vamos apagando
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